Em 23 de abril de 2018, dia de São Jorge, Oxóssi para o povo de terreiro da Bahia, foi registrado o Instituto Opaoká, com a missão de contribuir para a paz, o bem viver e os direitos humanos, por meio da arte, educação e da valorização das culturas e dos saberes dos povos originários e das comunidades tradicionais.
Nossa trajetória começa em 2012, quando Denise Lima retorna ao Brasil, após 4 anos trabalhando com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e convida amigas(os) e parceiros para construir um instituto de educação e cooperação internacional para facilitar o intercâmbio de experiências entre comunidades tradicionais, instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil do Brasil Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Assim, reuniram-se mestres e mestras tradicionais, educadoras(es), pesquisadoras(es) e profissionais da área socioambiental interessadas(os) em promover o intercâmbio de saberes, tecnologias sociais e produção acadêmica.
Gersonice Ekedy Sinha Azevedo Brandão é a Presidenta Honorária do Instituto Opaoká. Foi coordenadora estadual do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, coordenadora da Carta das Águas das Comunidades Tradicionais à Conferência Estadual do Meio Ambiente (Bahia) em 2016 e agraciada, em 2024, com a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara Municipal de Salvador-BA.
Fundadora e coordenadora do Espaço Cultural Vovó Conceição e da marca Axó Orixá (roupas de candoblé).
A Mãe de Todos, aquela a quem Oxóssi escolheu para ser sua Mãe, Ekedy Sinha é uma liderança inspiradora que atua em diversas instâncias defendendo os direitos dos Povos de Terreiros, o respeito e a paz entre todas as religiões. Sob a sua benção e orientação espiritual, nos firmamos como uma organização comprometida com os Povos Originários e os Povos e Comunidades Tradicionais.
Mara Vanessa Fonseca Dutra
Doutora em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com pesquisa sobre a arte contemporânea dos povos indígenas; co-coordenadora do Projeto de Extensão Mamõ Tetã Guireju: De que lugar sagrado você veio? da Escola de Teatro da UFBA e do Grupo de Teatro Riachim. Conselheira da Comissão Pro-Indígenas do Acre e do Instituto Catitu Aldeia em Cena e sócia gerente da empresa Curare – Serviços Artísticos, Culturais e Socioambientais. Consultora na área de monitoramento e avaliação de projetos, sistematização de experiências e metodologias participativas.
A convivência com os povos indígenas marca sua trajetória de vida, especialmente no campo da educação indígena e na mediação frente ao Estado, sempre um desafio. Considera que a grande arte é criar alegria e beleza todo dia e faz parte da fileira dos que não conseguem sossegar frente à injustiça social e lutam com a força de todos os irreparáveis sonhadores.
Maria Inês de Almeida
Pesquisadora, educadora e editora de literatura indígena, é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP (1999), com pós-doutorado em Antropologia Social na UFRJ. Foi professora na Faculdade de Letras da UFMG (1994 - 2016), onde coordenou o núcleo transdisciplinar de pesquisas Literaterras, editando 130 obras de autoria indígena e realizando os projetos internacionais Diálogos Interculturais (Programa Cultura e Pensamento do MinC/2006) e MIRA! Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas (Centro Cultural UFMG/2011-2015). De 2018 a 2022, coordenou o Laboratório de Interculturalidade da UFAC, subsidiada pelo Programa de Visitante Sênior na Amazônia da CAPES. Em 2024 foi pesquisadora residente no Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT) e atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG. Lidera a Rede Unã Baina de Apoio a Educadores Socio-ambientais Indígenas.
Silvia Jura da Silva
Mestre em Antropologia Social e Cultural, graduada em Philosophia pela faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Viena, Áustria. Presidente da NPO austríaca globalista que realiza projetos de intercâmbio cultural como festivais, eventos ou palestras entre Áustria, Brasil e África. Produtora cultural e jornalista livre, especialista em comunicação e disseminação. Fala e escreve alemão, francês, inglês, português e comunica bem em italiano e em espanhol. Tem formação como coach sistêmico pela St. Gallener Coach Trainer Akademie, na Suíça.
Maria Elena Ferreira
Especialista em Pedagogia da Cooperação e Metodologias Colaborativas, Andragoga e Pedagoga Social, Especialista em Gestão de Projetos, Designer em Sustentabilidade, Permacultora e Agroflorestora. Coordenadora do Pós-graduação em Pedagogia da Cooperação e Metodologias Colaborativas da UNIP, Embaixadora da Rede Global de Ecovilas (GEN _Global Ecovillage Network) ex-coordenadora pedagógica do Curso Gaia de Design em Sustentabilidade, diretora da ONG Mutirão Agroflorestal e promotora de cursos, estágios e vivências em sustentabilidade na Ecovila Aldeia do Altiplano onde mora.
Denise Valéria de Lima
Especialista em Estudos Africanos, Mestre em Desenvolvimento Sustentável e graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília. É sócia fundadora de Opaoká e Diretora da empresa Yaura Consultoria, que assessora projetos na América Latina e nos Países Africanos de Língua Portuguesa na área de formação de equipes em Metodologias Participativas e para o Monitoramento, Avaliação e Sistematização de Experiências.
Kátia Ramos da Silva
Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal Fluminense (UFF), atua há mais de 30 anos na elaboração e gestão de projetos socioambientais voltados à sustentabilidade, valorização sociocultural e planejamento territorial. Sua trajetória inclui trabalhos com comunidades tradicionais, populações em situação de vulnerabilidade social, além de parcerias com instituições públicas e privadas. Com sólida experiência em políticas públicas e desenvolvimento territorial, utiliza metodologias participativas para propor soluções integradas e adaptadas às realidades locais. Atuou por 17 anos na multinacional Enel Brasil, onde gerenciou projetos de sustentabilidade e economia circular em diversos estados do país.
Paula Sá
PhD em Química/Bioquímica pela University of Rhode Island (2000), Bacharel em Química pela Universidade de Brasília (1990), graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade de Brasilia (2007), especialista em Química (Físico-Química/Analítica) pela Universidade de Brasilia (1993). Mais de 17 anos trabalhando como consultora de saúde pública para diferentes empresas e agências, atuando paralelamente como professora universitária em instituições privadas de Brasília e no curso de Mestrado Profissional de Biomanguinhos, da FIOCRUZ. Em 2013, fundou a Elion Consultoria e Assessoria, uma empresa que presta serviços em diferentes áreas relacionadas à saúde humana, ciência ambiental e desenvolvimento humano.
Renato Gavazzi
Geógrafo e Indigenista - especialista em Agricultura Biodinâmica pelo Emerson College (Inglaterra) e mestre em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), com vasta experiência na formação de líderes comunitários indígenas e no desenvolvimento de projetos de educação e gestão ambiental. Desde 1983, tem atuado junto a comunidades indígenas do Brasil, Venezuela e Bolívia, contribuindo com a capacitação de professores, agentes de saúde e agentes agroflorestais. Responsável pela criação e definição das competências e habilidades necessárias para a atuação dos Agentes Agroflorestais, com foco na sustentabilidade e na valorização das práticas tradicionais Idealizador e coordenador do projeto e construção do Centro de Formação dos Povos da Floresta, escola intercultural de ensino e gestão ambiental voltada para indígenas e povos tradicionais do Acre, localizada em Rio Branco. Autor e organizador de diversos materiais didáticos indígenas, com o objetivo de promover o conhecimento tradicional e a educação intercultural. Atualmente realizada consultoria, é conselheiro das ONGs Comissão Pró-Indígenas do Acre e Vídeos nas Aldeias, além de integrar o Laboratório de Materiais Didáticos LAMADI/USP.
Carla Ladeira Pimentel Aguas
Doutora em Sociologia pelo Programa de Doutoramento em Pós-Colonialismos e Cidadania Global da Universidade de Coimbra; Mestre em Estudos Coloniais e Pós-Coloniais, Mestre em Educação pela UFMT, graduada em Comunicação Social, com Pós-Doc na UNICAMP, onde atuou em projetos de pesquisa integrados com Povos Indígenas e Povos e Comunidades Tradicionais. Elaborou e coordenou a execução do Plano de Comunicação para Povos Indígenas e PCTs no âmbito do processo de atualização da Estratégia e Planos de Nacionais de Biodiversidade (EPANB). É uma das sócias-fundadoras do Instituto Opaoká.
Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá
Doutor em Linguística pela UNB, coordena a implantação da Base Estadual Curricular Comum Huni Kuĩ (BECCH) desde 2014, visando ao ensino efetivo de sua língua materna, o hãtxa kuĩ, nas escolas das 12 terras indígenas Kaxinawá do Acre. Coordena a Ação Saberes Indígenas na Escola, realizada com o apoio do Opaoká e do MEC desde 2013, nas escolas Huni Kuĩ dos rios Jordão, Breu e Tarauacá, na formação continuada de 100 professores, produzindo material didático na língua, seguindo a base curricular Huni Kuĩ. Sua primeira publicação foi o livro bilingue Shenipabu Miyui (Ed. UFMG, 2000), a que se seguiram outras obras literárias, que constituem material didático importante para os professores Huni Kuĩ. Por exemplo: a cartilha de alfabetização Hãtxa Kenea Meniti (Literaterras, 2013); os sete livros da coleção Literatura Huni kuĩ editados pela UFAC; o dicionário de hãtxa Kuĩ escrito durante seu pós-doutorado com bolsa da CAPES; os diversos livros e cartilhas resultantes das pesquisas dos professores em formação. No Instituto Opaoká, atua como o líder huni kuĩ da rede Unã Baina de apoio aos educadores indígenas.